Serra molhada e o rio serpenteando
Cachoeira murmurando certo dia contemplei
Quando em criança dividiu-se a minha vida
Com paisagens coloridas nos lugares que passei
O sol brilhante despontava atrás da serra
Clareando toda a terra aquecendo a plantação
Eu que vivia vendo tudo colorido
Hoje vivo dividido pela angústia a solidão
Não vejo mais gotas de orvalho nas flores
Passarinhos multicores revoando o espaço
Nem o monjolo que batia o ano inteiro
Lá no fundo do mangueiro na curvinha de riacho
A saracura no seu capão de taboa
Circulava a lagoa desfilando imponente
Era sinal de que o sol já ia findo
No ponte despedindo roubando o dia da gente
Surgia a noite e com ela os pirilampos
Enfeitando todo o campo fazendo a noite criança
A lua cheia a distância iluminava
E o meu gado ruminava deitado na relva mansa
Aquele pé de jasmim lá no terreiro
Que florava o ano inteiro perfumando a imensidão
Vive pedindo a natureza que eu volte
Pra que Deus me dê mais sorte e mais amor no coração