“...Vou le contar uma história
Pra fazer certa encomenda
Dum pala que anda extraviado
E outro igual não acho à venda
Pois quando se perde um traste
Desses que a gente quer bem
Não é o valor que’le tem
Mas por ser relíquia,...me atenda!...
Foi no vinte de setembro
Co’o glorioso Tarumã
Depois de passar na praça
Pra estrela de aldebaran
Perdi o meu pala gaúcho
Que tanta falta me faz
Até pra rondar em paz
A luz d’alguma manhã.
Dou conta d’um pala pampa
Branco franjado de azul
Que tenho por galardão
Do meu Rio Grande do Sul!...
Eu c’o esse pala gavião
Dá os ares meu armorial
Dá pose d’um general
Na testa do batalhão.
Eu já botei um aviso
Na rádio da minha terra
Que chega lá na fronteira
E recambeia pra serra:
...“ Quem ver essa nuvem branca
Com meia nesga de céu
Saiba que vale um troféu
Esse meu pano de guerra”!...
Assim que ando cantando
Pela solidariedade!...
Quem deter meu pala pampa
Num gesto de humanidade
Mande pra São Gabriel
Lugar da minha saudade
E onde abana uma bandeira
De paz e fraternidade!...”