Deixa pra mim que me toca
Herdei o laço e a mão
Do tempo em que se dava ouvidos
Aos antigos no galpão
Ponteio estendendo o braço
Depois que calço o garrão
O touro berra por touro mas cai a tranco e tirão
Melena moura no cacho
Mirando campo e distância
Sou tronco velho da estância
Brincando de ‘‘bota’’ o laço
Sopro de cordas ao vento
Pé no estribo e tô a cavalo
É boi derrubado a pealo
Estremecendo a mangueira
Minha marca é caborteira e acordou de tirador
Com o santo pago na estância
E a banca de laçador
Meu mundo é o chão da campanha
Com a lena xucra postura
Que um pealo sem quebradura
É sempre um trago de canha
No grito atropelo as horas
Com gado brabo em rodeio
E se abro o pingo pra fora
É só pra aperta os arreios
Não me descuido mas acho
No fundo é um sonho campeiro
Que resta bem de fronteiro
Morrer atirando o laço
Sopro de cordas ao vento
Pé no estribo e tô a cavalo
É boi derrubado a pealo
Estremecendo a mangueira
Minha marca é caborteira e acordou de tirador
Com o santo pago na estância
E a banca de laçador.