São largas as noites num fundo de campo
São raros os santos que velam por elas
São noites posteiras com sons de quietude
Com alma de açude e jeitão de tapera
Com gosto de campo e calor de vida
O mate amadrinha os olhos cansados
E a noite perturba a alma judiada
Que anda extraviada tão “longe das casa”
As noites posteiras têm fio de adaga
Empunhadas no vento cortando o lugar
Tem cheiro de ausência tem cor de saudade
E só tem duas luzes: o fogo e o luar
Num fundo de campo
Com garras de noite
A alma vagueia
Com ânsias de vento
O taura posteiro que corta essas noites
Encilha as veredas do seu pensamento
Repara as cercas da solidão
E trança o silêncio tento por tento