Baixou os olhos e chorou,
e não voltou a erguê-los mais;
perdoa as lanças e punhais
que te atirei dos olhos meus.
O transitório e ocasional
uniu meu sonho aos olhos teus.
Não houve até, não houve adeus,
nem haverá com que sonhar.
Não haverá juras nem leis,
só haverá distância e pó...
e existirão dois seres sós
com uma angústia a repartir.
Nem tua imagem eu gravei,
teu rosto, não posso lembrar;
ficou apenas a impressão
do inatingível e fugaz.
Quem sabe a vida, em outra vida,
os nossos rumos, tenha unido;
ou mesmo exista outro sentido
a essa angústia que ficou.
E a cada lágrima vertida
pelos lindos olhos teus,
não derramei uma sequer...
...Chorou bem mais meu coração.