Conheço a balda do poto, feito as cismas que carrego
Num par de estrelas de ferro nos papagaios da espora
Pois compreendi campo a fora por que choram as nazarenas
Refletem todas as penas duma condena de outrora
Neste par de estrelas bugras há uma calvário de espinho
Onde as rosetas são ninhos pros lamentos de um domero
Que sabe a dor de um parceiro que teve o couro riscado
No repechar compassado dos rituais garroneiros.
Nazarenas campo afora chora porque é preciso
Uma ausência de sorriso, um pranto na voz do vento
Que a mágoa do teu lamento, pro domero é uma sentença
De Cristo vem sua crença, da doma vem seu sustento
Não há quem corte um cavalo que não se sinta cortado
Que esqueça a cruz do pecado no silêncio da oração
De joelho frente ao galpão, altar sagrado do campo,
Ao desatar tento e grampo feito quem pede perdão.
Não foi a toa o batismo ,chamarem de nazarena
Ao que impõe a condena a um livre por seu caminho
Pois são coroas de espinho, rosetas, pontas de grampo
E lembram espinhos santos que Cristo agüentou sozinho