Horácio Pena comanda
As penas na carreteira
Com terra de muitas bandas
Encardindo as barrigueiras
A velha estirpe do pampa
Montada sobre o Tordilho
Que traz o ontem na estampa
Que traz o ontem na estampa
No toso de cogotilho
No arreio, um velho cambicho
Traz boleadeiras, lombilho
Buçal, peiteira, rabicho
A adaga e o coxonilho
No arreio, o triste destino
De ser passado onde está
O laço de boi Brasino
Travessões de tamanduá
O laço de boi Brasino
Travessões de tamanduá
Nos pelegões de merino
Judiados de tanta estrada
A alma de peregrino
Há muito, vem enredada
E, na guaiaca de pardo
Não traz nenhum patacão
Carrega o peso do fardo
Carrega o peso do fardo
Amargo da solidão
O tempo deixou timbrada
A marca em Horácio Pena
As barrigueiras cortadas
Dos dentes das nazarenas
Traz a querência remota
Que foi tentando marcá-lo
Manchando o cano das botas
Manchando o cano das botas
Com suor de tantos cavalos
Está num retrato apenas
No corredor de um instante
E, imóvel, comanda as penas
Que, em vida, levou por diante
La maula, nem me lembrava!
Há muito, descansa em paz
Quando o progresso passava
Horácio ficou pra trás
Quando o progresso passava
Horácio ficou pra trás
Nos pelegões de merino
Judiados de tanta estrada
A alma de peregrino
Há muito, vem enredada
E, na guaiaca de pardo
Não traz nenhum patacão
Carrega o peso do fardo
Carrega o peso do fardo
Amargo da solidão
Nos pelegões de merino
Judiados de tanta estrada
A alma de peregrino
Há muito, vem enredada
E, na guaiaca de pardo
Não traz nenhum patacão
Carrega o peso do fardo
Carrega o peso do fardo
Amargo da solidão, amargo da solidão
Amargo da solidão