Morena potykuru, deusa bugra dos meus sonhos
Teus olhos de noite buena, teu corpo cheirando a campo
Os olhos negros profundos são serenatas dormidas
Fugindo aos tristes do mundo pras horas calmas da vida
Amanhecia o herval com brisas de primavera
Te vi, linda, enfeitiçada pelos aromas da terra
Eu já andava solito, mirando o tempo que passa
E, ao te ver pelo caminho, arrastando alpargatas
Recorri à minha ternura sem murmúrios de palavras
Resguardei os meus encantos pra os acordes da guitarra
Outras manhãs, mais ardentes, recordaram a palavra
Que o vinho dos teus lábios derramou na madrugada
Depois vieram as lágrimas, veio a lembrança morena
Veio o teu nome na imagem das rondas de lua cheia
Ainda me encontro solito, abraçado na guitarra
Recuerdos da lua branca, dormida de serenata
Morena potykuru, deusa bugra dos meus sonhos
Teus olhos de noite buena, teu corpo cheirando a campo
*potykuru/palavra do idioma guarani- botão de flor