A pedra sabe por silêncio e tempo
De cada entento por ser sombra e luz
Na face clara que reflete a vida
Na dor guardada pelo olhar da cruz
A pedra sabe por ser fio e morte
Por testemunha em tantas despedidas
Qual a d'um pampa olfateando inocente
Bem no destino ali roubar a vida
A pedra sabe por ser fio e sangue
Pela bravura que firmava a mão
No fio da adaga que tombou guerreiros
E sem saber, também sangrou irmãos
E por ser pedra e tempo face espera
Da água vida em lágrimas de rio
Da mão e a faca pra beijar-lhe a face
E em silêncio renascer num fio
E por ser pedra e tempo face espera
Da água vida em lágrimas de rio
Da mão e a faca pra beijar-lhe a face
E em silêncio renascer num fio
A pedra sabe por ser fio e vida
Changuiando uns pila, a tesoura nas mãos
Que garantia pelo suor de tantos
O fio na mesa pra partir o pão
A pedra sabe por estar sem luz
Que já foi cruz e nunca foi poesia
Petrificou silêncio e deu ao fio
A dor que viu cortar-lhe a alma um dia
A pedra sabe, por silêncio e tempo
E por ser tempo em silêncio traduz
A face clara que reflete a vida
E seus ententos entre sombra e luz
E por ser pedra e tempo face espera
Da água vida em lágrimas de rio
Da mão e a faca pra beijar-lhe a face
E em silêncio renascer num fio
E por ser pedra e tempo face espera
Da água vida em lágrimas de rio
Da mão e a faca pra beijar-lhe a face
E em silêncio renascer num fio