Serão os últimos filhos livres do campo?
Colherão o pranto, por sereno dos charruas
Guardarão luas, nos feitiços das tranças, pelas noites das crinas
Trarão nas retinas, as lágrimas puras de aguada e flexilha
Terão sóis e geadas, no simples do couro, na forma dos pelos
Ouvirão nos silêncios,
O idioma dos ventos na intenção do seu canto
Serão estes... Serão estes os últimos filhos do campo?
Benze a saudade nas crinas
A liberdade dos ventos
Chora no céu das retinas
O sal em luz de outros tempos
Que voltam pelos serenos
Na forma humilde dos pastos
Na terra negra, em moldura
Pra imagem simples dos cascos
Memória de um canto índio
Antes do olhar das fronteiras
Das mãos, o couro das sogas
Na pedra em cruz, boleadeira
Serão os últimos filhos
Livres aos olhos do campo
Guardarão bem mais que o pranto
No sereno dos charruas
Feitiço em trança, pras luas
Lágrima, aguada e flexilha
Serão a última tropilha?
Ou filhos livres do campo
A liberdade dos ventos
Chora no céu das retinas
O sal em luz de outros tempos
Benze a saudade nas crinas