Insone noite em que me vi silêncio
Mistério e vida, num altar pagão
Onde busquei em paz saber-me prece
E por milonga me fiz oração
E a deusa bugra dos anseios tantos
Fui confessando sem saber as penas
Que me rondavam por silêncio e tempo
E em milonga renasci poema
E a cada estrofe um pouco mais dos sonhos
Que o tempo,alma nos mostrou na cruz
A qual não tive em meu altar silente
E por milonga me encontrei em luz
E me tornei por oração vida e poema
Face da luz , em paz e alma e mais nada
Onde os silêncios renasceram esperança
Quando entreguei minh’alma em prece pra guitarra
E a noite insone ao romper os meu silêncios
Se tornou vida pelo meu altar pagão
Onde encontrei-me paz, enfim por uma prece
Que em milonga se fez tempo e oração
Com a deusa bugra entre meus braços,por milonga
Soube entender e enfim findar as minhas penas
E então deixei por tempo e lua meus silêncios
Pra renascer verdade e vida num poema
E a cada estrofe em florescer por novos sonhos
Que por milonga encontrei semente em luz
Junto a um altar antes silente e por poema
Num gesto alma que se fez igual à cruz.