Era mais forte que o diabo,renegado e traiçoeiro
Era o potro mais brabo da tropilha do Palmeiro
O outro era um paisano, cisudo jeitão bagual
Hermano de olhar tranqüilo com alma de temporal
Era o tempo que se armava prenunciando uma tormenta
Um tinha cerne no braço, o outro fogo nas ventas
Era a própria natureza pulsando de sul a norte
O estinto e a chucreza falando de vida e morte
O potro tinha na vida, a vida que os chucros têm
O homem tinha o ofício,mas era chucro também...
"As sabenças de ginete e os instintos primitivos
Nessa hora frente a frente esperando, o pé no estribo
E o mouro troca as orelha,já tá de cosca tirada
Mas inda traz nas retinas toda a fereza indomada!"
O paisano se acomoda,vai cumprir a obrigação
Beija a medalha da santa pra espantar as maldição
O mau tempo já se espalha,o diabo quer lhe pealar
Mas tem a fé que não falha e a santa pra amadrinhar!