Este ritual galponeiro de fazer fogo de chão
De acender um palheiro, tomar um bom chimarrão
Vem desde o Rio Grande antigo, que guardo em minha memória
Embora muitos reneguem, faz parte da nossa história
Este ritual galponeiro de aquecer água pra o mate
Quando a manhã nos acorda pra um novo dia de embate
É cultura rotineira de quem peleia existência
Fazendo deste Rio Grande bem mais que simples querência
(Refrão)
Este ritual galponeiro de firmar bem "os arreio"
E de fazer entreveiro quando baixa o tempo feio
É estampa do gaúcho que tem amor pela terra
E vai seguindo o destino no tranco que a vida leva
Neste ritual galponeiro tantas lembranças encilho
Tantas lições aprendi, e vou deixar pra meu filho
O aperto forte de mão, a carne gorda nas brasas
O cheiro de terra e campo que à tardinha invade "as casa"
Este ritual galponeiro, poesia e prosa buena
Quando a noite abre seu pala, bordando lua e estrelas
Faz parte da minha vida, e quando eu for lá pra pra o céu
Quero matear ao pé do fogo sob a aba do chapéu