NGELO FRANCO- Da Poesia de Meu Viver
Me sobra cavalo
Pra encurtar estradas
Tenho as madrugadas
E um céu estrelado
Um ranchito humilde palanque de sonhos
Se a prenda mais linda tenho ao meu lado
Um clarão de aurora
Pintando horizontes
O sol deixa a sanga
De ouro tingida
Um cusco brasino
Que a sombra do baio
Tranqueando faceiro é parceiro na lida
De mais só preciso de um mate parceiro
Que de uma guitarra castiga e a bordona
Ao pé do foguito num galpão de estância
Pra ter sentimento floriar da cordiona
Então se alma dentro gaviona uma ansia
Do peito escapa galope algum verso
Um timbre pampeano numa rima gasta
É paz num galpão
Que se faz universo
E até o rigor
Do friozito do agosto
Que estende algum poncho
Nos ermos pampeanos
Se faz poesia no quebrar da geada
Doetando com o ringir do pasto castelhano
E o vento assoviando
Pelos alambrados
Tranquea alolargo
Se vai sem destino
Por fim tenho a lua
Que pensa matrinha
Do termo romance pago e campesino