Pra quem rastreia feito eu a luz da lua
A pampa nua é bem mais que imensidão
Diz as verdades de quem ama cada pedra
Que o pago encerra nos limites deste chão
Tantos escutam feito eu a voz do sangue
Que me inunda de quietude o coração
Homens do sul trazendo um jeito de Rio Grande
Domando os ventos na divisa da nação
Peço licença tô chegando da fronteira
Venho trazendo um recado dos paysanos
Duma gente que é gaúcha e brasileira
Mas bordoneira com sotaque castelhano
É desta gente que eu carrego a identidade
Nesta guitarra que reflete ao bordonear
O canto simples dos gaúchos de verdades
Pois um fronteiro tem querência pra cantar
A minha terra tem ideia e tem bandeira
A minha gente é de trabalho e fundamento
A guitarrear carrega o lume das estrelas
Pra essa fronteira que ficou no esquecimento
Não precisamos de favores e de intrigas
Não contestamos sem razão soberania
É brasileiro esse torrão que nos abriga
É de fronteira essa palavra que se afia