A peleia em seu consumo
É um coice na maneia
Onde a teoria se afunda
E a experiência tece a teia
Quando se fecha o tempo
E a calma se arrebenta
É no que corre nas veias
Que a peleia se sustenta
Tem a fome de uma espora
E a alma de um tronco oco
O que se ergue hora a hora
Ela destrói soco a soco
O mal se mostra bem galo
O bem se manda a la cria
E o laço afofa de pealo
Quem quer fazer judiaria
Quando se ensaia uma "cosa"
Onde a prosa é muito feia
É desafio onde a tosa
Pela a pele da peleia!
O golpe seco da adaga
Apara o coice da bota
O mango vem na direita
E o pelego na canhota!
Não adianta olhar tão feio
Não assusta o ar parado
Se a peleia racha ao meio
Não tem santo nem coitado
Quem tem cerne se garante
Quem não tem já se afumaça
Quem tem medo paga o preço
Que a coragem vem de graça
A peleia em seu resumo
É muito mais que puaço
É onde a vida se agüenta
No que a gente traz no braço
Pra ganhar uma peleia
Não tem mais forte ou mais fraco
Quem se cresceu, junta a lenha
Quem perdeu, junta os cavacos!