Há resquícios do contestado nas pedras dos corredores
Onde o vento silva as dores de toadas de voltaram
Taipas erguidas por mãos que a memória identifica
E um neto em sua nova vida enxerga junto a um pinheiro
O seu velho avô tropeiro chegando a coxilha rica
Do Passo Santa Vitória
Que conhece a própria história
Das entranhas deste chão
Cruza uma tropa murruda
Com vários pingos de muda
Se adentrando em seu rincão
Hernandez Capataziando
As vezes se perde assobiando
Décimas do graxaim
Quinhentas novilhas pampa
Em retrato que ora estampa
Por entre o céu o capim
Léguas e mais léguas de tropa
Pra uma saudade que topa
Nas retinas do tropeiro
De estampa um jeitão pampeano
Que o próprio pago lageano
Moldou para o homem campeiro
Venha, venha frouxa a ponta
Deixa que o sereno caia
A tropa segue estendida
Se vai de marcha batida
Do Passo ao Rincão da Raia
Veio lá das vacarias
Recortando noite e dias
Por entre as ânsias que espero
Entre o olhar que se embaraia
Volta pra o Rincão da Raia
Cruzando lá em Campo Belo
Gente guapa e traquejada
Que cantam nas madrugadas
Frente as horas que se expandem
Earru e arruda na estrada
Mostra que não é por nada
Que ele é neto do seu Nande
Tropa entregue na mangueira
Abrindo as varas campeiras
Nas barras de um novo dia
É uma bênção estas paisagens
Cá neste rincão das Lages
Benzido por João Maria