Foi voltando do povoado
Num final de madrugada
Que encontrei um pala velho
Atirado pela estrada
Não me adono do alheio
Mas tomei por emprestado
Era bruto aquele inverno
E eu andava mal pilchado!
Fiz promessa pra São Pedro
Pra desfazer o mistério
E encontrar o tal vivente
Pra entregar o pala velho
Que por hora me servia
Pra atacar bem mais o frio
Me defender de tormentas
E de adagas de bom fio!
Que por hora me servia
Pra atacar bem mais o frio
Me defender de tormentas
E de adagas de bom fio!
Vez por outra o pala velho
Me serviu de cobertor
Tantas vezes foi o ninho
Pras noitadas de amor!
Vez por outra o pala velho
Me serviu de cobertor
Tantas vezes foi o ninho
Pras noitadas de amor!
Parece que tinha o dom
Herdado do velho dono
Ser parceiro a todo custo
E renegar abandono!
Numa noite de bailanta
Uma chinoca da sala
Me falou entristecida
Que conhecia meu pala!
Este pala foi de um taura
Que amava essa querência
Foi a voz bugra do pampa
Com Rio Grande grande na essência!
Era um índio guitarreiro
De garganta mui afiada
Tinha não'alma missioneira
A força de mil espadas!
Era um índio guitarreiro
De garganta mui afiada
Tinha não'alma missioneira
A força de mil espadas!
Pra cumprir minha promessa
Quando me for lá pro céu
Vou levar o pala velho
Pra devolver ao Noel!
Pra cumprir minha promessa
Quando me for lá pro céu
Vou levar o pala velho
Pra devolver ao Noel!
Vou levar o pala velho
Pra devolver ao Noel!
Vou levar o pala velho
Pra devolver ao Noel!