Das cordilheiras por diante, canso cavalo na estrada
E toco baio por nada, ganhando tempo e distância
Aperto a cincha no arroio mais adiante eu desencilho
Num sombreado de contrilho, umas dez léguas da estância
O baio até me em parece, que bem conhece o caminho
Atira o freio sozinho, sem nem firmar nas esporas
Vai a trote nos varzedos, passo largo nas canhadas
Na subida uma mermada pra não se perder das horas
2x
Essa distancia de léguas maltrata que vai por conta
Feito fincaço de ponto do espinho de uma talheira
É dor sentida na alma, quando a saudade faz moça
Mas depois logo se adoça ao lado da companheira
A légua e pico do rancho, agradeço á São Miguel
Tapeo mais o chapéu, com jeito e olhar de esperto
Então entendo a distância que não tem culpa de nada
E quase não vê a estrada quem já vai de rumo certo
A querência é um mate bueno, recém cevado por ela
Quando apeio na cancela, e avisto longe a minha linda
Estendo a sombra no baio, com o sol a meia tarde
E um quero-quero em alarme me anuncia em boas vindas
2x
Um olhar em frente ao rancho é quase assim.. Um abraço
E eu largo o baio pro pasto, enchendo os olhos de verde
Refaço meu tempo agora, que o fim do dia abençoa
Feito quem bebe água boa, quando vem louco de cede.