O orvalho cinzento adentra a floresta
Os ventos uivantes que trazem as feras
Relâmpagos prenunciam
A emboscada de espíritos, legiões de espíritos
Animais à espreita
Para te devorar, para te devorar, para te devorar
(Devorar, devorar, devorar, devorar)
A aldeia tenharim é invadida na escuridão
A cunhã mais linda é arrastada sobre a cerração
Clamam os guerreiros tenharins
Ao sopro do coração
A esperança e salvação
No universo celeste xamã em transe vagueia
Na busca da trilha sagrada as almas rastejam
Nas entranhas da terra a busca infinita do dom imortal
Anciãos vermelhos fazem a dança de guerra
A batalha envolta a neblina vai começar!
Nhamandú, Kuaracy, Tupã, Nanderú
Nhamandú, Kuaracy, Tupã, Nanderú
Karaí ru eté, Karaí ru eté
Atacar!
Onças-poraquês, lagartos-jacarés
Macacos-jiboia, assombra o pajé
Guiado pelo olhar da coruja flamejante
Na aldeia de fogo o pajé resgata a cunhã
Dança Xamã, ao sopro de Kuaracy
Ritual da aldeia Tenharim
Celebram os caras pintadas a nominação
É cantam em comunhão
Xamã!