Na terra molhada uma casa de palha
Uma doce cabocla na beira do rio
Cabocla Amazônica
Mulher que não verga aos desafios
Artesã de paneiros
Cuias cestas e tipitis
Mãos escultora
Faz vinho de taperebá
Bacaba cupu e açaí
Na ponte lava a roupa
De olho nos curumins
Paneiro na costa no rumo da roça
É preciso cultivar a terra molhada
Pra fazer farinha caribé tapioca
O Sol e o vento afagam sua face suada
Quando estende a Malva no varal
E cuida do peixe no giral
Ainda há tempo pra sonhar
E ao lado do amado remar
Remar remar, remar, remar
Vestir a camisa encarnada
E brincar de boi-bumbá
Depois louvar a padroeira
E voltar a remar e remar