Nawa abriu fendas de fogo no fundo do rio
De onde nasceram os xantsuan yuxibu
Os Huni Kuin se calaram
O que viram, não acreditaram
Como era, já não é mais, não é mais
Kuxpa, hasin, piu, bani, xene kate
Pajé desenha, na face, o kene kuin
Espreme, nos olhos, as folhas da mata
Entrega seu corpo ao leite das rãs
Sozinho na escuridão
Deitado na encruzilhada
Atremedeira nas mãos
Nixi pae
Meus olhos fechados
Pra receber a miração
Minha alma em levitação
Brotam, na minha pele, as penas do gavião
Ohturi revela o caminho ao jardim ossificado
Mukaya vai em busca do cipó sagrado
E enfrenta seres com garras e corpos dilacerados
Cantam e dançam Yuxin na floresta
Cantam e dançam Yuxin na floresta
Ao redor do tronco oco da paxiúba
Cantam e dançam Yuxin na floresta
Cantam e dançam Yuxin e bebem a caiçuma
Rastejam como caranguejeira
Cobertos com palha de jarina
Pintados de urucum
Com olhos de corêtu
Mukaya se ingera em cobra
A cobra se transforma em onça
Devorando os monstruosos uorokêma
Dança xamã, gira xamã
Mukaya se ingera em cobra
A cobra se transforma em onça
Devorando os monstruosos uorokêma
Dança xamã, gira xamã, xamã, xamã, xamã