Karajá, terá, assistirá, terminará
O apocalipse virá
Karajá, o fim verás
Cair sobre a terra
Karajá, oh! povo Karajá
Tu prenunciarás
Teu castigo com fogo será
E com águas violentas
Entre eras foi mantida
A arte da guerra, um elo divino
O segredo milenar
Só para os homens pra se revelar
No templo Aruanã Etô
A índia profanou a história
Viaja no transe o grande pajé
Ao inspirar poderoso rapé
Umbrosa e sinistra é tua visão
Em prantos, retorna do além em clamor
Pra toda tribo revelou
O destino reservou suas sombras
Eu vi o fim se desenhar em turbas
Estrelas caindo do céu como chuva
Eu vi o peito da terra se abrir
E a fera de cinzas do solo emergir
Cascata na boca de fogo vai queimando o chão
Feiticeiros fazem cantorias na escuridão
Trombetas anunciam a chegada do epílogo Inã
"Vou libertar o clã que na escuridão está em fúria
Da neblina sombria, os caminhantes errantes que vêm em procissão
Renova o tempo da vida do povo Karajá!"
Ôôôô Karajá, Karajá, Karajá
O Araguaia repovoará
Inã-sowerá, Karajá, Karajá, Karajá
Restaurada a terra coifarada
Vida nova, Karajá