CIVILIZADO
Ruy Maurity e José Jorge 1980
Achei a moeda, morri de fome; pintei o arco-íris, dormi no escuro
Abri a porta do dia, saí pelos fundos; fiz mais uma poesia, me perdi no mundo
Eu ando dividido, desacostumando desse meio de vida de viver de lado
Desse chove-não-molha, desse deus-me-acuda
Desse muito obrigado, dessa calma confusa
Se deus existir, não é pecado: eu sou mais a natureza que o civilizado
Bote um pão na minha mesa, estou satisfeito – cada um tem o seu jeito
De bater no peito. Eu acho que é tempo de mudar a sorte
Caminhar pelo caminho que engana a morte, pois quem não morreu de fome
Não morre de briga - O olho quando é grande não enche a barriga.
[ Lauro Soares de Alvarenga - São José dos Campos - SP ]