1970
Eu... Você... A alegria do primeiro momento...
Fazia do fio antecipado, o fruto proibido,
O produto propagado.
Eu... Você... A ira, a era, a hora afômica
A nossa fome no quarto, a nossa fama nos filmes
Nas firmas, nas farmácias, nas fôrmas...
Eu... Você... O corpo é nosso limite
O porto, o parto. Sob o teto, sob o tudo,
Ainda nos resta o tato.
Na guerra quente e fria, somos o nosso mundo,
O sinal de vida...
Eu... Você... Estamos sempre no meio
De uma avenida Nossa Senhora de Copacabana
Entre o quarto e a janela, entre a espera e o ato
Entre a cinza e a chama, tudo aqui é tão silêncio,
Que o presente é memória...
Eu... Você já vai?... Então se vista...
Bendito o fruto, meu bem, bendito o produto
Amém.
(O poeta José Jorge Miquinioty declama.)
Contribuição de:
LAURO SOARES DE ALVARENGA
São José dos Campos – SP
“Na Ciência, Fé Eterna!”