É na fumaça que se conhece um taura
É neste mundo que quero mostra quem sou
Se é na guerra que o soldado pega nome
Pois foi na guerra que o gaúcho se criou
Tem o gaúcho da boca pra fora
Mas também tem o que é do coração pra dentro
Se tem o cerne na garganta, é de pau ferro
Por isso berro e, quando canto, me sustento
O homem foge dos seus princípios
E o mundo corre em direção à perversidade
Se vivo peleando solito é porque sou peão de estância
E trago de herança o respeito e a hombridade
Quando a moral se entrega, o homem chega ao seu próprio fim
Mas debaixo da macega se esconde o melhor do capim
Debaixo do meu sombreiro tem um bugre missioneiro peleando dentro de mim
Já de cavalo aplastado
Venho bem cortado
E não vou me entregar
Só com o cabo da adaga
Meu corpo é uma chaira
De tanto pelear!
Bolicheiro, me dê um trago
Pra me clarear a visão
E um punhadido de bala
Pra arrumar a fala do meu nagão
Que me valeria a vida
Se do perigo eu fosse disparar?
O que vale a liberdade
Pra quem é covarde e não sabe pelear?
Um homem o mundo não leva
Quando tem sangue nas veia
Eu venho vindo da terra
Onde o touro berra e o taura peleia
Amigo, bote outro trago
E saiba porque peleei
Foi porque os home mudaram
E se acadelaram e eu não acompanhei