Me chamo chico bastos
Sou rico de natureza
Não porque trago dinheiro
Mas porque tenho nobreza
Sou filho de uruguaiana
De bero tradicional
Sou trevo que vem da grama
Sou junco do manancial
Leandro baldissera
Grande ginete de potro
Me disse que é' sete cravo'
Na espora que agarra o couro
E que um taura arrisca a vida
Na conquista pelo ouro
Mas que um amigo sincero
Que é um verdadeiro tesouro
Tenho família e costumes
Que fazem sombra pra mim
Por isso, sempre me orgulho
Do berço de onde vim
Procuro ajudar um amigo
Por mais que não tenha jeito
Porque a minha maior fortuna
Tá ao lado esquerdo do peito
Sou homem do campo simples
Como disse, iluminado
A fé que trago comigo
Esse é meu maior legado
Sou sereno manso e calmo
Como água de cacimba
Durmo no chão porque gosto
Mas não me falta tarimba
Eu não me nego pra nada
Nem pra dormir eu me encolho
Não tem de fumaça braba
Nem mesmo a do mata-olho
Não mijo em copo de guampa
Inté' nem uso penico
Eu sou angico da pampa
Sou chico, mas não me achico