Quem é aquele moço de chinelo grande
Que elegante caminha é o pato, é o pato
Disse a angolista
Assim deste jeito para a galinha
O marreco mui debochado
Deu uma risada assim qua, qua, qua
O pato não é de nada
Ele é só elegante pra caminhar
O sapo porteiro do baile
Cuidava os cascudos pra não deixar entrar
Pra manter a sua fama
Engolia cascudama pra não incomodar
O perdigão vinha da chácara
Com os pés sujos não pode dançar
Cravava o bico no chão
Eu sou o perdigão e pegou assobiar
O avestruz índio campeiro
Só vendo o entrevero fazia um hum
Vendo que o baile dos bichos
Ia dar reboliço, ia dar sururu
Mal a cigarra abriu o peito
E um certo sujeito já se apresentou
O gamba com a boca azeda
Quis beijar a galinha e o galo não gostou
O porco já virou a mesa
E foi pra cozinha e o veado disparou
O zorrilho com a cola erguida
No meio da sala em muitos mijou
O sapo vendo a coisa feia
Marimbondo e abelha que passam pra adiante
Escorado no baldrame
Dizia pro enxame gurizada avancem
Foi um entrevero danado
Quando o vespado entrou no salão
Abelha e marimbondo preto
E daqueles vermelho é brabo o ferrão
Deu um esparramo de bicho
Até o pobre do ouriço pegou se bailar
Ficou só o gaúcho grilo
Tenteando um violino atrás do sofá