Num tendel de espora e mango
Rasgo o silêncio da aurora
E só se ouve a campo a fora
Um relincho de socorro
Alarido de cachorro
E um mango véio pegando
E os quero-quero gritando
Se ouve em longa distância
É a peonada da estância
Que amanheceram domando
Desce um potro corcoveando
Num lançante a campo fora
Desce berrando na espora
E um campeiro amadrinhando
E a cachorrada pegando
Bem na ponta do fucinho
É bem assim que aos pouquinhos
O bagual vai se acalmando
É bem assim que aos pouquinhos
O bagual vai se acalmando
Aos poucos vai se entregando
Nas garras de um domador
Que sova bem de maneador
Pra não ficar cusquinhoso
E pra não deixar sestroso
Mantém a calma com os bichos
E doma bem a capricho
Que é pra não deixar baldoso
Depois de puxar do queixo
Que o bicho conhece a esgrima
Encilha e salta pra cima
E ensina a lida campeira
Passou uma vaca matreira
Seja grande, ou seja, média
E deixa dançando na rédea
Numa lida de mangueira
Numa lida de mangueira
Esbarra o matungo e boleia a perna pra cantar comigo
Um dos cantores mais autênticos da nossa música campeira
Abre o peito mano lima
Já está pronto e bem domado
Cavalo pra toda lida
Tem a crina bem comprida
E troteia tirando o freio
Apeia o peão sem receio
E solta as rédeas no chão
Pode montar meu patrão
Já está pronto pro rodeio
Pode montar meu patrão
Já está pronto pro rodeio
Se não boleio a perna me resbalo pela garupa e saio junto contigo
Porque sempre é bom cantar ao lado de um amigo
Esse vamos deixar crinudo, né baitaca? Por que é ruano
E tem a crina bonita pra desfilar
Que cada um tem seu estilo, é importante respeitar
Pra depois que obedece a rédea, o bagual tem que dessopetear