Quando vejo uma criança no encanto dos folguedo
A arrastar tem de brinquedo ao logo de minha rua
Me vem a imaginação feito uma onda que passa
Da velha Maria fumaça cruzando as coxilhas nua
Lembro bem da caixa d’água, da linha sob o dormente
Do vagão carregando gente, vagão que vai e que vem
Sonhei ser chefe de trem pra ouvir barulho e apito
Ter um uniforme bonito que nenhum sultão o tem
Dói tanto a recordação, como é triste uma lembrança
Quando se perde a esperança e não se tem pra onde ir
Nas águas da evolução na pre-potência e do berro
Mataram a estrada de ferro e dos meus sonhos de guri
Tudo em volta esta deserto parece não ser verdade
Só restou uma saudade do que não pode ficar
A estação do mbororé foi no último vagão
Os arreios deste peão para nunca mais voltar
Quando vejo uma criança no encanto dos folguedo
A arrastar tem de brinquedo ao logo de minha rua
Me vem a imaginação feito uma onda que passa
Da velha Maria fumaça cruzando as coxilhas nua
Tal qual trem madrugador sempre convido meus filhos
Pra caminhar sob os trilhos na hora do Sol nascer
Não adianta mais chorar sobre o leite derramado
Só é bom lembrar o passado pra tradição não morrer