Eu já cantei nas cabritas, sacudi os guabijus
Dancei com changa gasguita, escapei de sururu
Desatei tope de fita, tirei caroço de angu
Sem nunca perder de vista, o velho estilo Xirú
O meu canto eu justifico, nanando Xina bonita
Nas bailantas onde fico, olhando as flores das chitas
Não boto banca de rico, sou mais arteiro que artista
porém onde eu abro o bico, outro galo abaixa a crista
Por isso trago do Jayme, as bandeiras e os cavalos
Do Aparício ao Rio Grande, neste meu timbre de galo
Eu tenho faixa no cós, duma bombacha baguala
E um lenço cheio de nós, da mesma color do pala
Os galitos carijós, batendo as asas na fala
Porém onde eu solto a voz, até canário se cala
Não gargareja cristal, quem tem a garganta roca
Mas meu canto regional, tem som de madeira tosca
Não me encolho pra cardeal, rouxinol é coisa pouca
Por que o ri do meu Braun, perceijam na minha boca
Por isso trago do Jayme, as bandeiras e os cavalos
Do Aparício ao Rio Grande, neste meu timbre de galo
by Luiz Henrique Scariot