Sou um prego nos arreios
Gajo e levado da breca
Não nasceu ainda um matungo
Que me faça de peteca
Mas tenho um rosilho - mouro
Chamado de rasga cueca.
Mal aperto a sobrecincha
O encilhado veiaqueia
Qualquer "baruio de fósfro"
Incha o lombo e murcha a "oreia"
E quando tá no palanque
Senta e peida na maneia
Que coisa feia!
Senta e bufa na maneia.
Das patas, deus nos acuda!
Fica de um jeito que assombra
Por isso, rosilho - mouro
Que toda indiada te nombra
Torto "véio" desconfiado
Que dá coice "inté" na sombra.
Rasga cueca, rasga cueca
Me ajuda, virgem maria
Venho com a guasca que é um trapo
E um ovo lá nas "viria".
Foi um pardo barba rala
Mala bruja e desalmado
Que não agüentando os pulos
Do rosilho acabanhado
À grito e cabo de mango
Deixou tapera de um lado.
Um dia, que estrupício!
Lacei um brasino mocho
Quando o laço rebentou
Da banda dos "zóio" chocho
Comigo se debulhando
Pulou por "riba" dum cocho.
Quase planchou corcoveando
No rodeio abriu uma fresta
Me firmei bem na chilena
Porque o zêlo é o que me resta
E "le" aplumei a guaxita
No redemoinho da testa.
Rasga cueca, rasga cueca
Me ajuda, virgem maria
Venho com a guasca que é um trapo
E um ovo lá nas "viria".
Oigaletê, rasga cueca!
Se tu tem parte com o diabo
Qualquer dia se "estraguemo"
Pois eu também ando brabo
E se tu "extraviá as cangaia"
Eu te rebento a pá do rabo.
Eu sei que tu não te amansa
Mortadela, endemonhado
E eu não floxo o cafichão
Nem me boleiam parado
E "ansim bamo atracando"
Mesmo que cabo enganjado.
Rasga cueca, rasga cueca
Me ajuda, virgem maria
Venho com a guasca que é um trapo
E um ovo lá nas "viria".
Rasga cueca, rasga cueca
Me ajuda, virgem maria
Venho com a guasca que é um trapo
E um ovo lá nas "viria".