Dos bailes lá no três nó lhe dou de cara o retrato
Uma violão de cravelha daqueles de fundo chato
E uma gaita que miava como em noivado de gato
E um pandeiro candongueiro debaixo de bofetadas
Marcava tempo e compasso das marcas entropilhadas
Botando rengos na dança pra tal da polca mancada
As gurias da campanha com par fixo e mesmo sós
Tinham medo que as calçotas costuradas com retrós
Se arriassem se estorasse o botão preto do cós
Já os moços só temiam que as bombachas bem passada
Por causa do roça-roça se parasse amarfanhada
Que era esse o pano de frente mesmo de barraca armada
Quando o baile se encorpava todo mundo dava fé
Lá no sul do chão batido com a barba roçando o pé
Um baixinho retouçava com dois metros de mulher
O três nó dono do baile com uma voz feito trovão
Perguntava bem armado
Quem é Deus nesse salão
Até os mudos falavam Deus é vancê, meu patrão
Meio que parava a dança por causo da indagação
Mas a resposta sabida punha o três nó na razão
Pois então que siga a festa com a minha permissão
O violão de cravelha repinicava os bordão
O pandeiro abria o forno tirando pão e mais pão
E a gaita velha berrava que nem terneiro mamão