Ser ginete é o meu destino, campeiro por profissão
Crinudo que eu sento as garras deixo de rédeas no chão
Eu recebi um convite dum fazendeiro afamado
Que eu fosso na sua estância ginetear um potro gatiado
Resolvi deixar meu rancho pra aconselhar um aporriado
Não tenho os tutanos seco, nem meu fervido entrevado
Pra encilhar aquela fera levei quase meio dia
Coiceava a tarecama, relinchava e se mordia
Eu já estava atarentado de tanto que eu me benzia
Montei fazendo promessa rezando o que eu não sabia
Ser ginete é meu destino campeiro por profissão
Crinudo que eu sento as garras deixo de rédeas no chão
Cruzou sacudindo o toso num galpão de santa fé
Coiceou a cuia do mate e a cambona com café
Se enfiou dentro duma sanga manoteando os aguapé
Corcoveava se mordendo me dando coice no pé
Amansei aquele potro pra rodeio e marcação
Montaria de confiança para a filha do patrão
Ser ginete é meu destino campeiro por profissão
Crinudo que eu sento as garras deixo de rédeas no chão
Quando a rodilha dos anos me segurar no gargalo
Peço ao patrão das alturas que não me aparte dum pialo
Não quero ver minha carcaça jogada dentro de um valo
Quero ficar no rio grande pra camperear de a cavalo