Tenho um aponta de gado, touros, bois vacas terneiros
Uma tropilha de baio, um dos baios estreleiro.
Tenho uma rebanho de ovelha, uma quadra de sesmarias
Um galo de crista rubra que ao cantar acende o dia.
Um rancho de pau a pique quinchas de sana fé
Careta de duas juntas, de bois que merecem fé
Tenho um mato para lenha e uma fonte de água pura
Uma raça bem plantada que colho quando amadura
Digo que tenho e não tenho, só tenho de coração
Meu reino é um posto no fundo da estância do meu patrão.
Se alguma terra me sobra dou vivos por testemunhas
É a terra negra entranhada na meia lua das unhas
E mais aquela que um dia com mais sete palmos de fundo
Há de cobrir meus lamentos quando me for deste mundo