("Vô contá uma história triste
Que jamais no mundo existe uma dor assim iguá
O amor de mãe é maior que o céu
Que as nuvens, que o sol, maior que a terra e o mar
Era uma pobre velhinha
Que por consolo só tinha um filho por sua sorte
Era o único que pra ela
Pudesse acendê uma vela na hora de sua morte
Quando lhe deram o recado
Que o filho foi convocado pra partir, pra ir pra guerra
Devia seguí quanto antes pra bem longe
Bem distante pra morrê lá noutras terra
Quanto chorou a velhinha
Olhando no mar sozinha o navio desaparecê
Que levou seu coração
Deixando-a na solidão pra de saudade morrê")
E noite e dia lá no pé do artá
Ela rezava e chorando pedia
Que protegesse seu filho querido
Trouxesse ainda nos seus braço um dia
Lá nas trincheira enfrentando a morte
Quando uma bala varou o coração
Sobre seu sangue ele morreu chorando
Com o retratinho de sua mãe na mão
E quando um dia terminou a guerra
E os combatente regressava ao lar
No cais do porto entre a multidão
Ela esperava seu filho vortá
E noite e dia lá no cais do porto
Pobre velhinha seu filho esperô
E o mar imenso nunca deu notícia
Seu filho amado nunca mais vortô
Lá na Europa entre um cemitério
Só uma cruz velha vela o corpo seu
Longe da Pátria e da mãe querida
Lutando sempre como herói morreu
Pobre velhinha foi morrendo aos poucos
Chorando sempre pouco mais viveu
Tarvez quem sabe se depois da morte
A mãe com o filho se encontrou no céu