Numa estrada na beira da mata
No sertão distante aonde eu nasci
Entre as folhas de um velho coqueiro
Se escondia um ninho de um bem-te-vi
Eu me lembro quando era criança
Nas tardinhas que eu passava ali
O feliz passarinho me vendo
Alegre cantava: - Bem-te-vi!
E o eco a dizer: - Bem-te-vi!
Fiquei moço deixei meu sertão
E a porteira da estrada chorando eu bati
Bem de longe avistei o coqueiro
Balançando as folhas distante sumi
Bem-te-vi magoado comigo
Porque dele eu não me despedi,
Lançou triste nas ondas do vento
Seu canto de adeus: - Bem-te-vi!
E o eco a dizer: - Bem-te-vi!
Hoje aqui desta grande cidade
Eu me lembro chorando o lugar que eu nasci
Eu já soube que aquele coqueiro
O meu triste adeus não pode resistir
Numa noite, uma chuva de vento
Fez o velho coqueiro cair
Mas em sonho ainda vejo o coqueiro
E as ave cantando: - Bem-te-vi!
E o eco a dizer: - Bem-te-vi!