Estrada de chão o seu tempo se foi
Pra ter a peonada poeiras de boi
Cobriram de preto a estrada de chão
E mais preto é o luto do meu coração
O passado morreu só ficaram lembranças
E morre comigo a doce esperança
De ainda ouvir na encruzilhada
Um berrante tocando chamando a boiada
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
Alegres pousadas com meus companheiros
De há muitos janeiros não sei onde estão
Cadê Ferreirinha, João Boiadeiro
Gonzaga, Mineiro e o Negro Tião
Que arriscavam a vida em cima do arreio
Em todo rodeio chamavam a atenção
Seus nomes famosos ficaram pra história
Passados e glórias na estrada de chão
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
Meu par de esporas, meu laço e arreio
Que há tempos no meio das tralhas guardei
Meu velho berrante que enfeita a sala
E ao lado as medalhas que colecionei
Meu cavalo baio relincha no pasto
Sentindo o cansaço que o tempo lhe fez
E a passarada alegra o sertão
Gorjeiam cantigas na estrada de chão
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
Grita o peão – uê, uê, uê, uê boi
Na estrada de chão - vai boiada
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)