Quem vê você nesse ambiente, pecadora
Não acredita que tens nobre coração
Nesse ambiente sua vida sofredora
Encontrou chances de poder ganhar o pão
O seu filhinho que é o espelho do passado
Você o adora com afeto maternal
Sustenta ele com o fruto do pecado
Por isso mesmo seu pecado é divinal
Também do lodo nasce a flor que não tem nome
Você é a flor que sobre o pântano brotou
Maior pecado cometeu aquele homem
Que sem abrigo pelas ruas lhe deixou
Para poder matar a fome do filhinho
Na boemia o alimento foi buscar
Igual a ave que entre espinhos faz o ninho
Para poder os seus filhinhos abrigar
Para que um dia seu filhinho seja um homem
E não se acanhe de sua mãe que o criou
Esconda dele seu passado e seu nome
Que a sorte ingrata sobre a lama atirou
Quando seu corpo repousar na campa fria
Na sua tumba nem seu filho irá lhe ver
Porque não sabe que viveu pra ele um dia
E que por ele sofreu tanto até morrer
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)