Eu fui num baile na casa do Zé Vicente
A Rosalina nesse baile foi também
Quando eu dançava com ela apagou a vela
E no escuro fiquemos sem ver ninguém
Aí então, conversa vai, conversa vem
Nós só dançava, ó, no vai e vem
Conversa vai, conversa vem
Esse pedaço eu não conto pra ninguém
Quando acenderam o lampião eu vi que tava
Só eu e ela no salão e mais ninguém
Veio o festeiro, me pegou pros colarinhos
Suando frio pensava assim, vou entrá bem
(“E ele foi apertando o meu pescoço
E eu tirando a língua pra fora
Sabe, né? Naquele aperto”)
Aí então, conversa vai, conversa vem
Saí correndo em mais de cem
Atrás de mim, ó, correu também
Esse pedaço eu não conto pra ninguém
Noutra ocasião eu fui com a minha namorada
Num piquenique da cidade muito além
Lá na fazenda nós fiquemos passeando
Quando pensemo em vortá perdemo o trem
(“Ih! perdemo o trem!
Sabe como é que é, né? ”)
Aí então, conversa vai, conversa vem
Eu disse a ela, vai már meu bem!
Conversa vai, sabe como é! conversa vem
Esse pedaço eu não conto pra ninguém
(“Eh! maravia!
Passemo a noite toda comendo gabiroba”)
No outro dia junto com mais dois sordado
O pai da moça atrás do nosso rastro vem
Levaram nós para a prisão e o delegado disse pra mim
(“Bonito, heim? seu malandro! ”)
(“- Mais doutô, mora na jogada
Manera a situação pro papai, doutô!
Toca pra cadeia, vamo!
E aí naquele aperto, sabe como é”)
Conversa vai, conversa vem
(“Veio a mãe dela, o escrivão também
nessa conversa, gente, de vai e vem”)
Saí casado sem ganhar os parabéns
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)