Beirando a praia serena
Aquela moça esperava
O pescador, seu amado
Que do alto mar voltava
Com um lindo buquê de flores
Que pro noivo ela guardava
Pois ele naquele dia
Feliz aniversariava
Uma forte tempestade
Naquele instante caiu
Virando aquele barquinho
Que no azul do mar sumiu
Com sua mão acenando
Por socorro ainda pediu
Entre as espumas das águas
Ninguém mais seu vulto viu
A moça desesperada
Contra as ondas foi entrando
Pra salvar o seu amado
Do furor do mar tirano
Foi visto lá na distância
Seus cabelos mergulhando
Até que sumiu pra sempre
Na planície do oceano
O barquinho noutro dia
Lá na praia foi achado
E aquelas flor tavam dentro
Do barquinho abandonado
Todos então compreenderam
Que eles tinham se encontrado
Nas profundezas das águas
Ficaram os dois sepultados
E hoje duas gaivotas
Voam na praia perdida
São as almas dos amantes
Que no mar mora escondida
Numa casinha de ouro
Pelos anjos construída
Amando depois da morte
Como se amaram na vida
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)