Sentada num banco frio, a criminosa
Ouvia a cruel senteça que a condenava
Por ter matado o amante que sem piedade
De seu filhinho querido tanto judiava
Enquanto toda a assistência batiam palma
Se ouviu uma voz de criança gritando assim
Não prendam mamãe, não prendam, por Deus eu peço
É ela que neste mundo cuida de mim
Aquela voz de criança era seu filho
Pedaço do amor que ela matou sem pena
Mas era tão pequenino que o seu lamento
Não chegou na alta côrte da lei terrena
E hoje junto a cadeia da criminosa
Aquela criança vive no desabrigo
Chamando, Vem mamãezinha que eu tenho frio
Quero dormir nos teus braços e sonhar contigo
Nas grades frias o vento gemendo chega
Trazendo a voz comovente de seu filhinho
E ela vendo e não pode estender os braços
Para enxugar o pranto de seus olhinhos
E entre as crianças pobres abandonadas
Aquela criança vive de déo em déo
Traído na lei da terra, só com a morte
Espera encontrar justiça na lei do céu
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)