Numa festa que eu fui na fazenda do ipê
Quando lá eu cheguei me vieram dizê
Que o Mané Cantadô era duro eu vencê
Eu toquei meu violão ponteado, fiz o cabra corrê
Desde a prima ao bordão pontiei pra valê
Eu fiz telha caí e o assoalho tremê
Coração de muié fiz parar de batê
Todos que ouviu meu pontiado, suspirou sem sabê
O festeiro chegou pra me cumprimentá
E me deu parabéns por me ver pontiá
As mocinha eu fiz sem querê suspirá
Fiz as véia com meu pontiado do passado lembrá
Lá do arto do céu as estrela brilhou
De ciúme de mim até o galo cantou
Para o povo de lá eu mostrei meu valor
Só parei com o meu pontiado quando o dia raiou
Quando me despedi não quiseram deixá
Uma moça pediu pra me acompanhá
Respondi, meu amor voltarei te buscá
Só por causa do meu pontiado quase fico por lá
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)