Na fazenda Monte Arto
Morava Juca Romão
Camarada de confiança
Estimado do patrão
No dia quinze de agosto
Que fizero mutirão
Pra queimar a derrubada
Da mata do chapadão
Era meio-dia em ponto
O mato tava cercado
Todos pronto pra pôr fogo
Quando o sinar fosse dado
O Juca sem ninguém vê
Quis travessar do outro lado
Mas o fogo levantou
E o Juca ficou cercado
Imagina o pobre home
Quando se viu rodeado
Sozinho dentro do mato
Com fogo por todo o lado
Por entre a fumaça negra
Gritava desesperado
Naquele inferno de brasa
O Juca morreu queimado
Depois que o fogo apagou
O Juca foi encontrado
Perto de uma grande peroba
Seu corpo tava torrado
Ali mesmo sepurtaro
De novo o mato cresceu
Hoje só as aves gorjeia
Na mata que ele morreu