Marlene era tão devota
Na cidade onde nasceu
Rezar e cuidar da igreja
Era o maior gosto seu
Chegou a largar do noivo
Porque era um moço ateu
Com o coração magoado
Preferiu deixar o amado
Mas não se apartar de Deus
Naquela noite de março
Sexta-feira da paixão
Ela ia ser Verônica
Pra cantar na procissão
O moço jurou vingança
E com um revólver na mão
Foi matar sua bem amada
Que tinha lhe abandonado
Por causa da religião
Coberta de um manto preto
Marlene triste cantou
E o retrato de Jesus
Para a procissão mostrou
Naquela hora sagrada
O revólver ele apontou
Por um milagre divino
O seu revólver assassino
Numa cruz se transformou
Arrependido e chorando
Acompanhou a procissão
Quando Marlene viu ele
Com aquela cruz na mão
Fizeram as pazes e casaram
Numa feliz união
O amor juntou suas vidas
E as almas foram unidas
Pela cruz da salvação
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)