Domingo cedo quando calço as alpargata
Curto das plata faço um vale no patrão
Que o potro baio espera a lua da enfrenada
E a ternerada vai lindaça com a ração
Toso parelho num tordilho bem gaúcho
De pouco luxo que eu não sou de pacholear
A bombachita e a camisa gola pólo
Que desenrolo quando saio a não voltar
Alpargateando nos bolichos da campanha
Tem que ter manha pra poder pegar na mão
Pelas orelhas se proseia carinhoso
O perigoso é um pranchasso de facão
Alpargateando nos bolichos da campanha
Que se arreganham as pinguanchas do rincão
Prenda solteira meto o olho e não tem nada
E as casada é pra mirar de refilão
Chego na venda do Selino Arboredo
Não tem segredo ele já sabe das milonga
Primeiro um liso pra espantar calor e frio
Depois vacio pra temperar a tarde longa
A cordeona vai se abrindo de mansinho
E o Zé do pinho vai ponteando de paleta
Largo a veneira de toma samba com fanta
E umas percanta já vão mostrando a careta
Alpargateando nos bolichos da campanha
Tem que ter manha pra poder pegar na mão
Pelas orelhas se proseia carinhoso
O perigoso é um pranchasso de facão
Alpargateando nos bolichos da campanha
Que se arreganham as pinguanchas do rincão
Prenda solteira meto o olho e não tem nada
E as casadas é pra mirar de refilão
Boca da noite quando vem batendo a broca
Salta da toca um pastelzito pura banha
E a energia do gaúcho se renova
Pua de trova quero vê qual que me apanha
é só gaiteiro, vanerão de cola atada
Não cobro nada mas enfreno sim senhor
Pobre alpargata quando a sala se apequena
Vem cá morena que hoje não tem por favor
Alpargateando nos bolichos da campanha
Tem que ter manha pra poder pegar na mão
Pelas orelhas se proseia carinhoso
O perigoso é um pranchasso de facão
Alpargateando nos bolichos da campanha
Que se arreganham as pinguanchas do rincão
Prenda solteira meto o olho e não tem nada
E as casada é pra mirar de refilão