Sonoridade pampeana das noites de pulperia,
Melodiosa liturgia das orações campechanas.
Quantas ânsias redomonas ocultas – fiel companheira
Em teu corpo de madeira, em tua alma – cordeona?
Foste a escola primeira dos meus tempos de guri,
E contigo é que aprendi falar de outra maneira.
Por isso quando a garganta teima guardar seus segredos
És tu – ao toque dos dedos – minha cordeona quem canta!
Guarda em tua ressonância no olhar gêmeo das hileras,
O vai e vem das basteiras pelos confins das estâncias.
E o extrato galponeiro de uma infância à moda antiga
De quem por ti – velha amiga – um dia se fez: Gaiteiro!
Quando contigo nos braços cordeona, minha parceira:
Sinto que a tua maneira compreendes tudo que faço;
E no calor deste abraço (misto de encanto e ternura)
Percebo que és a cura, pra todos os meus cansaços.