Os meus cavalos são músculos de delírios
Por buscarem caminhos que levam a nada
Os meus cavalos com galopes vazios
Perderam-se tensos no pó das estradas
Os meus cavalos são dores da vida
Corações naufragados no leito do rio
Sonhos rasgados por tantas despedidas
Abandonados com sede e com frio
Assim são meus tristes cavalos
Cicatrizes da dor cortante do frio
Como serão meus novos cavalos
Pergunta que faço ao calar desafios
Meus novos cavalos brotaram do tempo
Nos cascos violas de toadas e milongas
Prelúdio nas crinas, tropilhas de ventos,
Arreios de sons que a vida assombra
Prelúdio nas crinas, tropilhas de ventos,
Arreios de sons que a vida assombra
Assim serão meus novos cavalos
Desnudos ao manto verde do pampa
Reflexão aos injustos tempos calados
Com o novo relincho da liberta garganta