Eu fiz um pandeiro de lônca de égua
E o som alcançava por metros e léguas
Botei um cipó na volta de fora
E tinha por guizo roseta de espora
Eu fui contratado pra um baile campeiro
Por azar do conjunto faltava um pandeiro
A indiada gostava do som nativista
E assim fui chamado com fama de artista
Num baio roncolho
Me fui pro surungo
E o som do instrumento
Assustava o matungo
Vinha ele assombrado
Daquele chacoalho
E eu grudei o pandeiro
Nas oreia do baio
Naquele planaço meu baio se nega
Frenei nas paleta, cheirei as macega
A boina gaúcha perdeu-se no vento
E eu achei uma nota pro meu instrumento
Cheguei no surungo do baio roncolho
Que vinha assombrado com sangue no olho
Já tava o conjunto fazendo o ensaio
E foi na ramada que eu atei o meu baio
O baile começa entonado num xote
Lá fora meu baio estendia o cangote
Sentava de todo naquela trovoada
E lá pelas tanta se foi a ramada
Deu china correndo
Deu veia gritando
E o baile acabou
Naquele desmando
Foi culpa do baio
Daquele entrevero
Que eu vinha enfezado
Tocando pandeiro
Naquele planaço meu baio se nega
Frenei nas paleta, cheirei as macega
A boina gaúcha perdeu-se no vento
E eu achei uma nota pro meu instrumento
Naquele planaço meu baio se nega
Frenei nas paleta, cheirei as macega
A boina gaúcha perdeu-se no vento
E eu achei uma nota pro meu instrumento
Foi culpa do Baio
Naquele entreveiro
Que eu vinha enfezado
Tocando pandeiro