Toda manhã eu me levanto cedo,
Vou lavando a cara, água no fogão
Boto o rádio numa FM
Dessas que se perdem por um milongão
Lá vem o Jayme declamando uns versos
Se eu tava disperso, já não to mais não
Um Guarany vem me contar segredos
E eu percebo as coisas que tenho na mão
Eu sinto em mim uma Felicidade
Que só Lupicínio pôde descrever
Veio do campo, ganhou a cidade
E eu sei que me invade meio sem querer
Quero domingo uma guerra santa
Pra incendiar o “Porto”, que vai ter GRENAL
Enquanto isso nos fundões do estado
A platéia vibra “nalgum” festival
Rica essa terra que vem qual enchente
Carregando a gente pra tanto lugar
Olha dois “loco” tangueando tragédias
Nos mostrando a Sbórnia que há no seu cantar
Coisa mais linda ter um Silva Rillo
Pra rodar seu canto por todo Brasil
Fazendo rima com essa força “loca”
Que verte da boca dos irmãos Ramil
Vi como o mundo fica diferente
Quando a alma sente o cantar da Elis
Vi como o Oscar quase achou seu trilho
Rumando pra serra do sul do País
Água ferveu, vou esquentar de novo
Mas vi que este povo tem amor ao chão
E eu sigo ao tranco dessa FM
Que quase se espreme noutro milongão!